Varal de Cordéis Joseenses

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(Sugestões de temas são bem vindas!)



domingo, 23 de novembro de 2014

Mais Cultura na Escola - VÍDEOS


Seguem vídeos que registram parte das atividades desenvolvidas na parceria Cordéis Joseenses - Escola Estadual Francisco Lopes (São José dos Campos), no âmbito do programa Mais Cultura na Escola (MEC/MinC):







segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Cordel Joseense 52: Terra Viva, Água Também


Numa parceria entre a Secretaria Municipal do Meio Ambiente de São José dos Campos (SEMEA), os Cordéis Joseenses e a UNIVAP, no início de dezembro será lançado o Cordel Joseense 52. Trata-se da versão revisada/ampliada (e impressa) de uma composição coletiva realizada durante um encontro de formação de educadores ambientais, na SEMEA, em novembro/2014. Segue a arte do cordel (incluindo os parceiros da iniciativa) e, a seguir, o texto completo:



No século XXI,
com “avanço sem igual”,
nós vivemos um problema:
consumismo ambiental.
Tudo vem da natureza:
o que fazer, afinal?

Nós criamos os problemas;
temos que achar solução.
Os filhos dos nossos filhos
será que conhecerão
tantas nascentes e rios
ou sua falta sentirão?

A Terra é um sistema vivo:
o que você gasta aí
daqui a pouco, meu amigo,
pode fazer falta aqui.
O mundo dá muitas voltas:
desmata aqui, seca ali.

Muita gente se preocupa
com o meio ambiente.
Nós somos feitos de água:
a água vive na gente
- até por isso, é preciso
um consumo consciente.

Além da água, é a terra
que sempre nos alimenta;
com planta, fruto e semente,
é ela que nos sustenta.
Com respeito e sem veneno,
a nossa saúde aumenta.

Natureza não tem “lixo”:
é um sistema equilibrado.
A Natureza é um ciclo
que não pode ser quebrado.
Cascas, folhas, essas “sobras”
- tudo é reaproveitado.

Cultura é agricultura:
precisamos cultivar
com a generosidade
de saber compartilhar;
cada informação que temos
nós devemos semear.

A responsabilidade
também é compartilhada:
se a torneira fica aberta,
a água é desperdiçada
e a seca é o primeiro alerta
da terra desrespeitada.

Deixo agora meu recado
a você, Dona Maria:
a água com que você
lava o carro e enche a pia
é a mesma que, no solo,
alimenta nosso dia.

Temos que reconhecer
a verdade que desponta:
se o ar está poluído,
é porque o homem “apronta”...
terra viva, água também
- tudo está por nossa conta.

E, pra alertar as pessoas,
use a imaginação:
tem cordel, jornal-mural
- isso é comunicação.
Moramos todos na Terra...
vivamos em comunhão!

– Paulo Barja
e oficineiros
SEMEA / PEAAF

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

A Peleja das Mulheres Contra o Monstro do Machismo (Mais Cultura Na Escola)


Finalizamos hoje as atividades de 2014 no Programa Mais Cultura na Escola na Escola Estadual Francisco Lopes, no Jardim Satélite, São José dos Campos. Trata-se de um programa do governo federal que tem permitido esta interação entre o professor-cordelista da Univap e a referida escola. Através do projeto que estamos desenvolvendo, alunos de Ensino Médio têm contato com obras da literatura de cordel e são orientados em criações coletivas neste formato literário. A moçada deu o tema e acho que fechamos bem o ano, vejam só:


terça-feira, 11 de novembro de 2014

Cordel e Meio Ambiente

Sábado passado (8/11), como atividade da parceria entre a Secretaria do Meio Ambiente de São José dos Campos (SEMEA) e a UNIVAP, ministramos uma Oficina de Cordel para a formação de agentes de educação popular na área ambiental/agroecológica. Clique AQUI para ler matéria completa a respeito.


Cordéis Joseenses: sensibilização dos alunos para a criação coletiva
(foto: PMSJC)

Finalização da Oficina de Cordel com produção de texto coletivo
(foto: PMSJC)

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Cordel Joseense 51: Brasil é Democracia (Ditadura? Nunca mais!)



Paulo Barja,
LabCom Univap
Quando me pego pensando
no Brasil que havia antes,
quando muitos não podiam
nem sequer ser estudantes,
percebo, ao longo da História,
mudanças interessantes.

O Brasil, por muito tempo,
reprimiu a liberdade
de cidadãos que buscavam
melhorar a sociedade;
alguns partiram pro exílio
ou pra clandestinidade.

Na noite de duas décadas,
muita gente sucumbiu
por querer democracia
aqui mesmo, no Brasil.
Página triste da História:
só não teme quem não viu.

A verdade é uma só:
foi cruel a ditadura!
Tanto o povo quanto artistas
foram alvo de censura.
Pior: muito brasileiro
foi vítima de tortura.

Havia tensão constante.
Figueiredo foi falar
de abertura democrática:
"vou prender e arrebentar"
- era assim que se expressava
presidente militar...

Veio então democracia:
a vida já melhorava,
mas a velha corrupção
ainda continuava...
Investigações mais sérias
o governo engavetava.

Dezenas de gravações:
compra de votos provada.
Na onda da reeleição,
privatização errada:
a Vale valia muito
e se foi, de mão beijada...

Para agradar estrangeiros,
quiseram colocar “X”
no nome da Petrobras,
desrespeitando o país,
mas o povo protestou
e dessa vez foi feliz.

No século XXI,
novidade surpreendente:
o Brasil passou a ter
o operário presidente
que fez acordo com muitos
e encarou outros de frente.

Mudou o nosso comércio:
estreitou, enfim, contato
com los hermanos e a África.
Sem fazer espalhafato,
o nosso salário mínimo
com ele cresceu de fato.

Depois de ser reeleito
com imensa votação,
o seu governo enfrentou
denúncias da oposição
e a Justiça, até sem provas (!?)
emitiu condenação.

Nós seguimos sempre em frente;
não há controvérsia nisso.
Nos problemas que encontramos
não queremos "dar sumiço":
encarar pra resolver
é melhor que ser omisso.

Quando enfim uma mulher
assumiu a presidência,
a Polícia Federal
mostrou grande independência:
muitas investigações,
transparência, eficiência.

As Comissões da Verdade
têm trazido informação
sobre os desaparecidos
nos tempos da escuridão
que manchou a nossa História
causando consternação.

Cada passo é novo estágio
para o amadurecimento.
Os problemas do passado
não se encerram num momento,
mas a nossa consciência
já tem encontrado alento.

Quanto à inclusão social,
não é mais "alegoria":
temos hoje mais emprego,
mais lazer e moradia.
Falta, porém, muito ainda
pra clarear nosso dia.

Temos universidades
muito boas, afinal;
falta, porém, melhorar
o ensino fundamental
para assim desenvolver
consciência nacional.

Um problema grave ainda:
o poder da grande imprensa
nas mãos de poucas famílias
- a distorção é imensa.
Regulamentar a mídia
será uma batalha intensa!

Falta reforma política,
uma importante demanda;
lutar contra a corrupção
(senão o país não anda);
combater o preconceito
- luta que nunca foi branda.

Uma coisa é evidente
pra mim, até por demais:
ruas praças e avenidas
nas casas e nos quintais,
BRASIL É DEMOCRACIA;
DITADURA NUNCA MAIS!

S. José dos Campos,
Nov/2014

domingo, 2 de novembro de 2014

Cordel Joseense 50: Um Cordel Agroecológico




Foi há mais de 10.000 anos
que nasceu a agricultura;
no ínício, convencional,
talvez sem muita fartura
- mas havia menos fome
e a comida era mais pura.

Após a Segunda Guerra,
a “Verde Revolução”
parecia para muitos
caminho pra solução,
mas se mostrou, na verdade,
uma grave imposição.

Empresas e até governos
venderam “modernidade”:
agrotóxico e trator
vieram da urbanidade;
fizeram do agricultor
um escravo da cidade.

Um dos problemas mais sérios:
semente patenteada!
É uma armadilha perversa
- deixa a produção atada
às grandes corporações
da iniciativa privada.

Para se tornar “moderno”,
o agricultor foi ao banco
para contrair empréstimos,
mas eu tenho que ser franco:
tome cuidado, meu povo,
pra não passar cheque em branco!

Com tanta tecnologia,
houve o endividamento,
gerando em muitas famílias
do campo um novo lamento
- e fugir para a cidade
aumentava o sofrimento:

moradia inadequada
sem espaço pra plantar;
custo social bem alto
- é preciso repensar!
(sem haver reforma agrária,
     isso não vai melhorar)

Para virar esse jogo,
surge a AGROECOLOGIA
respeitando a tradição
e a força do dia-a-dia:
caminho reconhecido
pela Sociologia.

Caminho autossustentável
com menos insumo externo
garante a independência
no verão como no inverno.
Produção menor, quem sabe,
Mas com equilíbrio interno.

                         P ara manter a saúde,
                         B em como o meio ambiente,
                         A groecologia chega
                         R espeitando corpo e mente:
                         J untando, com harmonia,
                         A Natureza e a gente!