Varal de Cordéis Joseenses

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quinta-feira, 24 de junho de 2010

Garimpando Guimarães agalopado

(para Jean Garfunkel)

Encharquei-me de beleza: ouvi Jean,
que falava de palavras e de estrelas.
Pude ouvi-las; pude até quase comê-las.
De repente, fez-se a noite mais manhã.
Eu senti que a morte mesma é coisa vã;
que a poesia, pois, é vida, é som, é prado.
Retirei as cinzas. Vi, maravilhado,
que as palavras floresciam desde o chão.
Percebi que os caules brotam no sertão
garimpando Guimarães agalopado.

Mil paisagens vi nas páginas de Rosa.
Mil venturas sob a dura superfície.
Quanto céu se vê de tão vasta planície!
Quantos versos no sertão daquela prosa!
Fui fisgado pela voz-bruma soprosa
que me fez criança, crente no encantado.
Levitei no pensamento emocionado;
levantei poeira em meu verso alazão.
Percebi que os caules brotam no sertão
garimpando Guimarães agalopado.

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