Varal de Cordéis Joseenses

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(Sugestões de temas são bem vindas!)



segunda-feira, 25 de agosto de 2014

sábado, 23 de agosto de 2014

Cordéis Joseenses em Cena (1)



Uma das escolas estaduais em que me apresentei hoje fica num bairro de periferia. Sempre é bom estar por lá. O "camarim improvisado" foi a cozinha da escola. Após a apresentação, as duas cozinheiras pedem pra ver os cordéis e conversamos bastante. Interessam-se pelo cordel "A Lenda do Galo"; explico que é uma lenda medieval portuguesa e uma delas diz:

- É a lenda do Galo de Barcelos? Eu conheço! Escuta, os cordéis estão à venda?

- Sim. 

- Quanto custa?

- Um por R$3, dois por R$5.

A outra cozinheira fica olhando e fala:

- Legal, né? Puxa... (ela está sem dinheiro)

A primeira me estende o dinheiro, escolhe um e diz pra outra:

- Qual você gostou? Escolhe um, é presente! 

A amiga pega "A Lenda do Galo".

E eu ganho meu dia, encantado por essas moças que são as verdadeiras artistas.

Quem duvida, prove o arroz doce de lá...!

A direção da escola levou esse texto pras homenageadas...
As artistas culinárias, com uma cópia do texto

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Sextilhas para João Bosco

(se ele falasse...)

Eis que o velho João Bosco,
que viveu sempre em Guará,
partiu, na maturidade,
pegou estrada e de lá
veio sereno, tranquilo,
rodar nas bandas de cá.

Esse operário das ruas
tem histórias, com certeza,
que ainda serão contadas
por certo, em volta da mesa
de algum bar (talvez boteco)
bem aqui da redondeza.

João Bosco, quem diria:
tens nova cidadania!
Meu amigo Luciano
saberá ler-te a poesia
e te conduzir, seguro,
nos rumos do dia-a-dia.

É com essa confiança
que digo: sigam em frente!
Deixo aos dois o meu abraço
com um pedido somente:
cuidem da manutenção...
fusca velho é também gente!

(Paulo Barja)

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Para Catulo (o romano)


SEXTILHA PARA CATULO

Faz muito tempo, meu povo
- para lá de 2 mil anos -
que esse mestre da poesia
floresceu entre os romanos;
apresento-lhes CATULO
e seus versos soberanos!

(Paulo Barja)


FRAGMENTO 5
(Catulo, na tradução de Haroldo de Campos)

Vivamos minha Lésbia, e nos amemos,
e as graves vozes velhas - todas -
valham para nós menos que um vintém.
Os sóis podem morrer e renascer:
quando se apaga nosso fogo breve
dormimos uma noite infinita.
Dá-me pois mil beijos, e mais cem,
e mil, e cem, e mil, e mil e cem.
Quando somarmos muitas vezes mil
misturaremos tudo até perder a conta:
que a inveja não ponha o olho de agouro
no assombro de uma tal soma de beijos.