Chegamos em Juazeiro
bem no começo da tarde,
naquele horário fatídico
em que o sol bem forte arde
e pra matar tanta sede
“só tomano água de barde”
O tempo estava tão quente
naquela hora do dia,
que lá dentro dos botecos
(da rua eu passava e via)
em vez de tomar cachaça
comia-se melancia!
De repente, o motorista,
num posto de combustível
parou, e eu pensei: Mas como?
Tanque vazio? Impossível!
Ele aí deu para a gente
um conselho inesquecível:
- Daqui pra frente, meu povo,
não tem mais nenhum mercado.
Parei para comprar água,
pois o calor é lascado.
Sugiro: façam o mesmo
pra dar conta do recado.
Todo mundo entendeu logo
que era mesmo necessário.
Compramos garrafas d´água,
dava pra encher um armário
- se ali tinha boi, cavalo,
devia é ter dromedário!
Estes versos que registro
só tem por humilde meta
contar os fatos que levam
à conclusão do poeta:
nada substitui na vida
a experiência concreta.
O sertão, visto pela janela
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