(Para Katia Ferraz, Silvio Marchini e equipe da ESALq em "visita" à APA SFX)
"Serviços ecossistêmicos"
é uma expressão diferente,
dessas que, no dia-a-dia,
escutamos raramente...
Gente boa lá da ESALq
explicou isso pra gente.
Esses são serviços feitos
por um dado animal
que, na sua trajetória,
tem papel ambiental.
A onça é predadora?
Mas para quem, afinal?
"Predador" é uma palavra
que nem sempre é negativa:
pode ser característica
de uma espécie muito ativa
num dado ecossistema,
quiçá na mata nativa.
Os homens às vezes unem
sua arrogância a temores:
com a "erosão dos serviços",
provocam mil dissabores
e se tornam muitas vezes
os maiores predadores.
"Armadilhas fotográficas"
não servem pra machucar:
ao contrário, são recursos
usados para estudar
onças e outros animais,
mais que só fotografar.
Sobre o lado social,
eu não posso ser omisso:
tem gente que entende a fauna
até como um desserviço,
porque "bicho ocupa espaço"
- mas como é duro ouvir isso...
O conflito humano e fauna
pode virar união,
desde que a gente caminhe
buscando a compreensão
do melhor comportamento
pra uma boa interação.
Tolerância é necessária
e se desenvolve, sim,
quando há o afeto envolvido,
mais que atividade-fim;
quando há um olhar social.
A vida melhora assim.
Pagamento por Serviços
Ambientais não garante
que tudo seja perfeito.
Não digo que não adiante...
Há recurso e há paradoxo.
Tem que estudar - e bastante.
São muitas as variáveis;
há muito trabalho em vista:
desenvolver questionário,
realizar entrevista
e analisar a estatística
com olhar de cientista.
Após olhar resultados
e fazer a discussão,
surge um novo desafio:
o da comunicação,
para que o conhecimento
tenha disseminação.
Precisamos ir além
da "bolha da academia":
levar nossas conclusões
pro povo, pro dia-a-dia...
Blogs, canções, guias, cartazes
podem ser bem eficazes:
Ciência unida à poesia.
Paulo Barja,
em reunião da APA SFX
(17/jun/2020)
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