Paulo Barja,
LabCom Univap
Quando me pego pensando
no Brasil que havia antes,
quando muitos não podiam
nem sequer ser estudantes,
percebo, ao longo da História,
mudanças interessantes.
O Brasil, por muito tempo,
reprimiu a liberdade
de cidadãos que buscavam
melhorar a sociedade;
alguns partiram pro exílio
ou pra clandestinidade.
Na noite de duas décadas,
muita gente sucumbiu
por querer democracia
aqui mesmo, no Brasil.
Página triste da História:
só não teme quem não viu.
A verdade é uma só:
foi cruel a ditadura!
Tanto o povo quanto artistas
foram alvo de censura.
Pior: muito brasileiro
foi vítima de tortura.
Havia tensão constante.
Figueiredo foi falar
de abertura democrática:
"vou prender e arrebentar"
- era assim que se expressava
presidente militar...
Veio então democracia:
a vida já melhorava,
mas a velha corrupção
ainda continuava...
Investigações mais sérias
o governo engavetava.
Dezenas de gravações:
compra de votos provada.
Na onda da reeleição,
privatização errada:
a Vale valia muito
e se foi, de mão beijada...
Para agradar estrangeiros,
quiseram colocar “X”
no nome da Petrobras,
desrespeitando o país,
mas o povo protestou
e dessa vez foi feliz.
No século XXI,
novidade surpreendente:
o Brasil passou a ter
o operário presidente
que fez acordo com muitos
e encarou outros de frente.
Mudou o nosso comércio:
estreitou, enfim, contato
com los hermanos e a África.
Sem fazer espalhafato,
o nosso salário mínimo
com ele cresceu de fato.
Depois de ser reeleito
com imensa votação,
o seu governo enfrentou
denúncias da oposição
e a Justiça, até sem provas (!?)
emitiu condenação.
Nós seguimos sempre em frente;
não há controvérsia nisso.
Nos problemas que encontramos
não queremos "dar sumiço":
encarar pra resolver
é melhor que ser omisso.
Quando enfim uma mulher
assumiu a presidência,
a Polícia Federal
mostrou grande independência:
muitas investigações,
transparência, eficiência.
As Comissões da Verdade
têm trazido informação
sobre os desaparecidos
nos tempos da escuridão
que manchou a nossa História
causando consternação.
Cada passo é novo estágio
para o amadurecimento.
Os problemas do passado
não se encerram num momento,
mas a nossa consciência
já tem encontrado alento.
Quanto à inclusão social,
não é mais "alegoria":
temos hoje mais emprego,
mais lazer e moradia.
Falta, porém, muito ainda
pra clarear nosso dia.
Temos universidades
muito boas, afinal;
falta, porém, melhorar
o ensino fundamental
para assim desenvolver
consciência nacional.
Um problema grave ainda:
o poder da grande imprensa
nas mãos de poucas famílias
- a distorção é imensa.
Regulamentar a mídia
será uma batalha intensa!
Falta reforma política,
uma importante demanda;
lutar contra a corrupção
(senão o país não anda);
combater o preconceito
- luta que nunca foi branda.
Uma coisa é evidente
pra mim, até por demais:
ruas praças e avenidas
nas casas e nos quintais,
BRASIL É DEMOCRACIA;
DITADURA NUNCA MAIS!
S. José dos Campos,
Nov/2014
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