Neste mês de abril, estivemos no Pinheirinho dos Palmares, em São José dos Campos, onde participamos do Projeto Conferências Livres, etapa da Conferência Nacional dos Direitos da Criança e Adolescente:
A participação dos Cordéis Joseenses no evento teve dois momentos: i) acompanhamento das atividades de acolhida e integração, registradas em cordel; ii) orientação da criação de poema coletivo em métrica de cordel, vinculado ao tema proposto aos jovens.
Destacamos dois pontos, no que se refere à participação dos jovens no evento: i) a participação foi majoritariamente feminina (os meninos apresentaram maior tendência à dispersão, enquanto as meninas participaram ativamente); ii) quase todos os participantes apresentavam idades entre 8 e 12 anos, ou seja, a participação infantil superou em muito a dos adolescentes.
Seguem os poemas compostos:
INTEGRAÇÃO
- Você veio aqui pra que?
Pode agora responder.
- Eu não tô fazendo nada;
vim aqui só pra comer,
mas minha amiga me disse:
temos muito a aprender...
E uma coisa importante
desse nosso aprendizado
é perceber que aprendemos
com o colega do lado
e que acaba, nesse instante,
de nos ser apresentado.
Ouvir é muito importante:
é a primeira condição.
Para aprender e ensinar,
tem que prestar atenção
e perceber o que o outro
tem a ensinar, como não?
Na teia que a gente forma,
todo mundo colabora:
o sentimento de dentro
podemos botar pra fora
e construir a união
dia a dia, hora a hora.
Nossas mãos são diferentes:
são diferentes na cor,
diferentes no tamanho,
diferentes no calor
- mas todas são criativas:
a do aluno e a do doutor.
As diferenças que temos
são positivas pra gente:
o arco-íris é bonito
e é todinho diferente.
Quanto mais cores unidas,
mais belo é o nosso ambiente.
NA ESCOLA
Quando estamos na escola
e queremos aprender,
passamos a aula inteira
estudando pra valer,
escutando a professora
e o que tem a nos dizer.
Quando, no meio da aula,
alguém mostra preconceito,
magoando o coleguinha
sem que tenha esse direito,
isso dói no coração,
pois demonstra desrespeito.
Outros exigem respeito
mas não tem educação:
fazem barulho na aula,
falam muito palavrão
atingindo o professor
no ouvido e no coração.
Se você chuta a parede
ou agride o companheiro,
desperdiçando a merenda
e também nosso dinheiro,
mude logo de atitude:
deixe de ser barraqueiro!
A gente veio aprender,
mas pode conscientizar,
respeitando e dando exemplo
de como compartilhar
um espaço que é de todos
e que pode melhorar.
Temos oportunidade,
com caneta e com papel,
de expressar nossas ideias
escrevendo até cordel.
Somos arco-íris vivo;
nosso bairro é o céu.
e queremos aprender,
passamos a aula inteira
estudando pra valer,
escutando a professora
e o que tem a nos dizer.
Quando, no meio da aula,
alguém mostra preconceito,
magoando o coleguinha
sem que tenha esse direito,
isso dói no coração,
pois demonstra desrespeito.
Outros exigem respeito
mas não tem educação:
fazem barulho na aula,
falam muito palavrão
atingindo o professor
no ouvido e no coração.
Se você chuta a parede
ou agride o companheiro,
desperdiçando a merenda
e também nosso dinheiro,
mude logo de atitude:
deixe de ser barraqueiro!
A gente veio aprender,
mas pode conscientizar,
respeitando e dando exemplo
de como compartilhar
um espaço que é de todos
e que pode melhorar.
Temos oportunidade,
com caneta e com papel,
de expressar nossas ideias
escrevendo até cordel.
Somos arco-íris vivo;
nosso bairro é o céu.
CONCLUSÃO
Percebemos que a escola
tem muita diversidade;
cada aluno tem a sua
própria personalidade,
mas calma, que isso não dói:
a diferença constrói,
se existe boa vontade.
Convivência é desafio
que a gente deve encarar
para aproveitar a vida
sem jamais menosprezar
aquele que ainda não sabe
mas, antes que o ano acabe,
muito vai nos ensinar.
tem muita diversidade;
cada aluno tem a sua
própria personalidade,
mas calma, que isso não dói:
a diferença constrói,
se existe boa vontade.
Convivência é desafio
que a gente deve encarar
para aproveitar a vida
sem jamais menosprezar
aquele que ainda não sabe
mas, antes que o ano acabe,
muito vai nos ensinar.
Ao lado de uma professora da escola, o cordelista inicia os trabalhos. Na mesa, as pesquisadores Vanda Siqueira e Paula Carnevale. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário